quarta-feira, 27 de maio de 2009

Manifestações do Espírito



Daniel Pinheiro

Psicólogo e Terapeuta Holístico


Ao adentrarmos no corpo físico no momento de nossa concepção, manifestamos toda a tendência expansiva do Universo. Estar manifesto é estar presente, é editar uma única e singular possibilidade de realizar a obra da Criação manifesta. A partir dessa concepção podemos inferir que a saúde é uma questão de presença, ou seja, a saúde depende da qualidade da presença, da nossa capacidade de ser e estar, e essa qualidade está intrinsecamente vinculada à saúde do espírito. Chamo de espírito àquela qualidade fundamental que nos faz sermos diferentes uns dos outros, termos consciência de nossa própria individualidade, e mais que isso, àquilo que permite a integração corpo e alma (mente) através de fluxos informacionais, de um intercâmbio íntimo entre os diversos órgãos e sistemas dos organismos viventes. Dessa forma o espírito está ou não presente na observação da qualidade da postura (verticalidade), do tônus muscular, da cor da pele, do brilho dos olhos, da voz, dos cabelos etc.

Todas essas características denotam a qualidade das comunicações que estão presentes nos organismos. A falta de comunicação gera ruídos, turbidez e bloqueios que de um modo e de ou de outro redundam nas conhecidas afecções do corpo e da alma. Vale dizer aqui, que para as antigas Tradições, não existe doença e sim doentes e que, em verdade, as doenças não existem, mas sim editamos vezes e mais vezes um único conflito base, que chega até nós através dos pacotes de informações doados por nossos pais ambos representantes diretos de dois clãs (famílias) onde estes conflitos já se fazem presentes desde muito. Então, podemos ainda ir mais longe e dizer que a humanidade sofre de um único mal, que pode ser interpretado de diferentes maneiras de acordo com os indivíduos que dele padecem.

Essa concepção de saúde e doença vem considerar os organismos vivos como um todo integrado, inclusive não excluindo as escolhas que o indivíduo faz no decorrer de sua vida como que se inscrevem nos fatores: ecológicos, comportamentais, relacionais, laborais, de moradia, sociais e etc., não se excluindo os aparentes acidentes que nos acometem no dia a dia (por exemplo, uma queda) e ainda os ataques de patógenos externos (por exemplo, uma gripe). Isso tudo influencia nas vivências do organismo, e tais vivências (fator psicogênico) podem ser positivas ou negativas para o funcionamento bioenergético do todo orgânico.

Ao visualizar a modus vivendi dos seres humanos na atualidade afirmo que as vivências prazerosas estão inversamente proporcionais ao desenvolvimento da civilização. O que é um contra censo, visto que com o desenvolvimento o ser humano estaria mais apto a lidar com a realidade, mais rápido e melhor! Com o desenvolvimento, principalmente o tecnológico, a humanidade deveria utilizar o valioso tempo restante para o seu crescimento, editando vivências prazerosas, garantindo maior autoconhecimento, maior contato com o corpo, com o espírito e com a Natureza. Entretanto, quanto mais trilhamos através da sede civilizatória e civilizadora, cada vez mais nos esquecemos da criança interior, dos animais de poder, do curandeiro, do guerreiro, do líder, da persona, da sombra, do animus/anima e de todos os outros arquétipos que compõem a nossa psique. Cada vez mais temos menos tempo para revisitá-los e reverenciá-los, pois cada vez temos menos tempo para o que realmente importa.

Encontrar o brilho do espírito é a meta, percorrer sendas estranhas ao homem civilizado é o desafio, integrar aspectos opostos é o enigma a ser solucionado, pois no fim todos poderemos ser devorados pela esfinge e perecer diante da tarefa divina que é imposta pela vida.

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