segunda-feira, 29 de junho de 2009

HORÓSCOPO DOS ÍNDIOS NORTE-AMERICANOS



Baseados na idéia de que todas as coisas que existem no universo - minerais, plantas, animais e homens - estão intimamente ligados, os índios norte-americanos criaram um horóscopo muito especial.
Os signos têm nome de animais e estão relacionados a tribos e aos ciclos lunares. Descubra o seu.


GANSO DA NEVE (22 de dezembro a 19 de Janeiro)
Personalidade: Você pertence ao Povo do Ganso da Neve e tem a regência da Lua da Renovação da Terra. Em geral, respeita a autoridade, honra a tradição e cumpre com seus deveres. No dia-a-dia, mostra-se prudente e aplicado às suas tarefas. Essa dedicação, aliada a um gosto pelo perfeccionismo, faz de você excelente organizador.
Desafio: aprender a ser mais humilde.
Mineral: cristal de quartzo límpido. Usando-o, você se tornará mais ativo em todos os níveis e conseguirá eliminar as energias negativas.
Planta: Bétula. Cultivando-a, você se tornará mais forte e menos resistente às mudanças.


LONTRA (20 de Janeiro a 18 de fevereiro)
Personalidade: você pertence ao Povo da Lontra e tem a regência da Lua do Descanso e da Purificação. Hábil e dinâmico, você, de maneira geral, se mostra muito prestativo e se interessa por causas humanitárias. Embora brincalhão, age com firmeza quando se zanga.
Desafio: transformar os sonhos em realidade.
Mineral: prata. Ela ajuda a melhorar a circulação sangüínea, o funcionamento da mente e abre as portas para o mundo místico.
Planta: choupo. Usando-o, você aprende a lidar com seus medos e a melhorar sua sensibilidade.


PUMA (19 de fevereiro a 20 de março)
Personalidade: você pertence ao Povo do Puma e tem a regência da Lua dos Grandes Ventos. Você é cauteloso e pouco propenso a se revelar, até que possa confiar nos outros. Embora justo,intuitivo e gentil, é agressivo quando se sente ameaçado.
Desafio: Adquirir maior senso da realidade e aprender a não se magoar com facilidade.
Mineral: turquesa. Usando-a, você pode se expressar criativamente em todos os níveis, bem como fortalecer seu sistema nervoso.
Planta: tanchagem. Ela cura feridas físicas e espirituais.


FALCÃO VERMELHO (21 de março a 19 de abril)
Personalidade: você pertence ao Povo do Falcão Vermelho e tem a regência da Lua das árvores em Botão. É enérgico e independente, hábil em penetrar no interior das pessoas. Sua maior qualidade é enxergar tudo com clareza, mas deve moderar seus comentários que, às vezes, fere seus semelhantes.
Desafio: desenvolver a paciência e a perseverança.
Mineral: opala. Usando-a você pode conseguir ligação consciente com suas mais elevadas qualidades.
Planta: dente-de-leão. Ela ajuda a melhorar sua saúde física, principalmente no que se refere a infecções da vesícula.


CASTOR (20 de abril a 20 de maio)
Personalidade: você pertence ao Povo do Castor e tem a regência da Lua do Retorno dos Sapos. Forte, você gosta de trabalhar bastante e adora curtir sua Casa. É carinhoso, paciente e constante. Mas, às vezes, esconde seus sentimentos de modo tão firme quanto o castor constrói uma represa.
Desafio: dominar a obstinação e a tendência a perdoar qualquer coisa.
Mineral: crisocola. Usando-a, você pode perceber com mais nitidez problemas subconscientes e conhecer mais a is próprio.
Planta: camásia azul. Com ela, pode melhorar o funcionamento do pâncreas e prevenir doenças relacionadas a este órgão.


CERVO (21 de maio e 20 de junho)
Personalidade: você pertence ao Povo do Cervo e tem a regência da Lua do Plantio de Milho. Sensível,lépido, intuitivo e desembaraçado você se interessa por tudo o que é novo e costuma mudar de idéia a cada momento.
Desafio: desconfiar menos e equilibrar as duas faces de sua personalidade.
Mineral: ágata. Com ela, pode adquirir habilidade para discernir a verdade e aceitar as circunstâncias adversas.
Planta: mil-folhas. Usando-a, pode aprender a se libertar de coisas nocivas ao seu crescimento espiritual.


PICA-PAU (21 de junho a 22 de julho)
Personalidade: você pertence ao Povo do Pica-Pau e tem a regência da Lua do Sol Intenso. É capaz de se adaptar ao fluxo da vida de maneira suave e receptiva. Gentil, sonhador e sensível, tem o dom de refletir e, ao mesmo tempo, absirver todas as influências que estão à sua Volta.
Desafio: conseguir a independência e a estabilidade.
Mineral: cornalina. Usando-a, você melhora o funcionamento dos rins, pulmões, fígado, vesícula e pâncreas.
Planta: Rosa silvestre. Com ela, pode obter mais clareza de pensamento e excelente equilíbrio espiritual.


ESTURJÃO (23 de julho a 22 de agosto)
Personalidade: você pertence ao Povo do Esturjão (peixe de águas geladas) e tem a regência da Lua dos Frutos Maduros. Possui Grande força interior e consegue enxergar além das aparências. Procura evitar confrontos, mas luta quando se sente acuado. É ativo e dominador, mas tem seu lado brincalhão.
Desafio: controlar a tendência à tirania e à arrogância
Minerais: ferro e granada. Com o ferro, pode perceber a força de seu deus interior. A granada harmoniza suas energias.
Planta: framboeseira. Ela o ajuda a desenvolver sua sexualidade.


URSO MARROM (23 de agosto a 22 de setembro)
Personalidade: você pertence ao povo do Urso Marrom e tem a regência da Lua da Colheita. É gentil e curioso, ama o trabalho e se mostra muito corajoso. Numa briga ou discussão, sabe atacar os pontos fracos de seu adversário.
Desafio: aprender a curtir a companhia de outras pessoas e a desenvolver a cordialidade.
Mineral: ametista. Com ela, pode alcançar a purificação e trilhar com segurança o caminho da elevação espiritual.
Panta: violeta. Ela o ajuda a desenvolver a clareza de pensamento.


CORVO (23 de setembro a 23 de outubro)
Personalidade: você pertence ao Povo do Corvo e tem a regência da Lua do Vôo dos Patos. Gosta de viver em grupo e se preocupa com o bem-estar dos outros. Inteligente, colaborador e leal, tem a habilidade de descobrir coisas escondidas, mas se retira ao menor sinal de perigo.
Desafio: assumir responsabilidades e combater a ingenuidade.
Mineral: jaspe. Usando-a, aprende e firmar os pés na realidade.
Planta: verbasco. Combate infecções dos rins.


SERPENTE (24 de outubro a 21 de novembro)
Personalidade: você pertence ao Povo da Serpente e tem a regência da Lua dos Primeiros Gelos. É poderoso, ambicioso e decidido. É dotado de sabedoria e tenacidade. Do mesmo modo que a serpente, costuma também “trocar de pele”, isto é, tem mudanças repentinas de caráter.
Desafio: conseguir se libertar do passado.
Minerais: cobre e malaquita. O cobre ajuda a lidar com a sexualidade; a malaquita elimina bloqueios subconscientes.
Planta: cardo. Com ele, pode aprender a alcançar a maturidade.


ALCE (22 de novembro a 21 de dezembro)
Personalidade: você pertece ao Povo do Alce e tem a regência da Lua das Grandes Neves. Embora aprecie momentos de solidão, está sempre preocupado com os outros e costuma pôr a boca no trombone quando percebe qualquer injustiça. É independente e jamais foge de uma discussão.
Desafio: desenvolver o dom da conciliação.
Mineral: obsidiana. Ela o ajuda a a a curar problemas psicológicos.
Planta: abeto-preto. Cura doenças da pele.

SANANDA, SUA HISTÓRIA



Meus amados, boa noite. Sou Sananda. Minhas bençãos e graças para todos vocês. Nesta noite quero passar um tempo com minha família e falar um pouco da minha vida, ressaltando que, na verdade, ela também é a vida de vocês. Como vocês, meus queridos, eu também fui uma criança que tinha uma espécie de véu. Mas era uma criança diferente. Como muitos de vocês, sementes de estrelas, eu tinha pensamentos e sentimentos que nem podiam ser levados em consideração naquela cidadezinha, onde a maioria das pessoas se preocupava apenas com coisas menores. Para falar a verdade, não eramos muito populares naquela pequena cidade.À medida que eu crescia e meus dons começavam a se expressar, muitas pessoas daquela cidade procuravam minha família e diziam: “Não sabemos o que fazer com esse seu filho, Yeshua. Talvez vocês devessem encurtar as rédeas dele. Ele fala de coisas que nossos filhos nunca ouviram falar. E dá um mau exemplo”. Mesmo assim, eu não conseguia refrear o poder do amor dentro de mim, a capacidade de ver além do véu e dentro dos corações da espécie humana, que eu parecia ter desde a mais tenra idade.Quando fui ao templo para pedir conselhos aos anciãos, eles também não conseguiram compreender o meu coração. Comecei a sentir, como vocês às vezes sentem, que eu não fazia parte daquilo e que havia algo errado comigo.A JornadaCerto dia, uma caravana estava passando por nossa vila. Eu gostava de ficar olhando as caravanas; talvez essa fosse a única emoção numa vida muito comum e monótona. Implorei ao condutor da caravana que me levasse com ele para as terras do leste, pois meu espírito me mandava buscar outras pessoas que tivessem um jeito parecido com o meu. Peguei uma carona, por assim dizer, na caravana e com as bênçãos de meus pais, parti numa longa jornada de muitos meses, embora fosse um jovem com menos de quinze anos naquela época. Acabei chegando à terra de Arya Vata, que vocês chamam de Índia. Reparei que havia muitos indivíduos cobertos de andrajos andando por lá, mas em seus olhos ardia o fogo do propósito, queimava o fogo da visão e da santidade. Fiquei com eles, sendo também tomado por um mendigo, um vagabundo, um andarilho sem vintém. Fui a muitas e muitas daquelas moradias, cavernas, ashrams (local de retiro, na Índia). Sentava-me e escutava. Ouvi inúmeros ensinamentos que, a meu ver, não pareciam verdadeiros. Eu os questionava e creio que após pouco tempo não era bem-vindo, pois fazia as perguntas erradas. Eu perguntava: “Que ensinamento é esse que diz que se deve reencarnar sem parar? E se alguém errar o caminho, é possível nascer como um verme ou um inseto ou um animal?” Esses não pareciam ser os ensinamentos do Pai. Procurei outras pessoas e fazia perguntas em qualquer lugar que eu fosse. Ninguém sabia as respostas; pareciam ter esquecido. Mas, de alguma maneira, os ensinamentos da Luz estavam gravados em minha alma.Retirei-me para as imensas florestas e orei com todo o coração, pedindo orientação. Senti um redemoinho dentro de mim. Não conseguia explicar a paixão que às vezes tomava conta de mim, e eu estremecia de fervor por compartilhar o amor do Pai.Tive várias experiências maravilhosas. Um dia, eu estava sentado numa área sagrada do Himalaia, sempre freqüentada pelos iluminados. Sentado na caverna, tive uma visão fortíssima e uma grande Luz apareceu para mim. Como muitos, passei a duvidar do que vira e comecei a me perguntar se não seria produto de minha mente ou alguma fantasia. Porém, o sentimento que eu havia experienciado não me abandonava. Ele me mandava prosseguir e compartilhar algumas das introvisões que eu tivera.Como costuma acontecer, um grande ser apareceu para mim e disse: “Meu filho, você está no caminho certo. Confie em você. Deus o escolheu para uma grande missão. Agora vá e sorva profundamente do espírito. Nutra-se, pois logo chegará o momento em que você deverá voltar para sua terra natal. E nesse momento, muita dor estará à sua espera. Mas em meio a essa dor, você será uma fonte de salvação para toda humanidade”. Em minha mente, pensei: “Como isso é possível? Sou uma pessoa simples. Sou estrangeiro nesta terra. Estes seres parecem tão mais sábios do que eu.” Mesmo assim, algo tocou numa corda do saber dentro de mim.Fiz como o sábio sugeria: meditei, orei e jejuei. Conversei com os animais, com os pássaros e com as árvores. Comecei a sentir a presença de Deus. Por isso, quando eu caminhava pela Terra, mal ousava pisá-la com muito vigor, com medo de que pudesse ferir o rosto do amado senhor. Com o tempo, conforme fui amadurecendo em minha compreensão e aprofundando minha busca espiritual, tive a sensação de que, na verdade, havia sido chamado para uma grande missão. Começou a se erguer o véu que todos possuímos, quando chegamos aqui. Senti, em minha alma, que era meu destino ir para minha terra natal e, de algum modo, levar a Luz, pois as pessoas realmente haviam perdido a centelha da alegria, da reverência, do perdão e da benevolência. Tive uma experiência na qual me senti como a alma de tudo que estava vivo. Senti como se a Luz de meu coração emitisse raios que conferiam Luz a tudo que existia. Às vezes, eu ficava vagando naquele estado como um louco. Por fim, retornei à minha terra natal e lá, eu de fato era um desajustado. Mas, agora, isso não parecia ter muita importância, pois a chama do propósito ardia em meu peito. A missão, que eu sabia ser minha, já me tocara. De início, falei com algumas pessoas simples. Muitas vezes riam e retiravam-se abruptamente no meio de meus discursos. Do mesmo jeito que vocês devem se sentir de vez em quando, eu me sentia tentado a voltar para a terra de Arya Vata em meio aos santos, aos poucos iluminados que na verdade encontrei. Contudo, eu sabia que minha tarefa era levar a Luz para a terra em que eu nascera.Aos poucos, comecei a encontrar uma ou duas pessoas que não me consideravam louco. Passava algum tempo com elas, falando sobre muitas coisas, abrindo meu coração, esperando que elas passassem a sentir o fervor do amor que eu viera partilhar. Paulatinamente, vieram outras pessoas e trouxeram amigos. Depois de algum tempo, alguns realmente seguiam comigo. Unimos-nos como irmãos e irmãs para um único propósito: levar a mensagem do amor e da graça de Deus. Novamente, o número dos que vinham para escarnecer e zombar era bem maior do que o número dos que vinham para escutar. Como vocês, às vezes sentia-me cansado. Perguntava-me se, de algum modo, havia entendido mal aquele chamado para uma missão.Decodificando A MissãoInúmeras vezes eu parava e dizia a mim mesmo: “Não posso deixar de falar o que está em meu coração”. Por isso, eu falava. E creio que isso causou muitos problemas a várias pessoas, pois o que eu falava não tinha nada a ver com os ensinamentos que elas estavam acostumadas a ouvir. Essas pessoas questionavam e duvidavam de minha autenticidade e me repreendiam. Muitas vezes fui preso pelas autoridades por causa de algum propósito maquinado, só para me segurarem e para que eu ficasse calado por um ou dois dias. Mas como não encontravam nenhum motivo para me deter, eu acabava libertado e partilhava de novo a minha mensagem. Comecei a ter recordações, creio que as posso chamar assim, de ter saído de outro lugar para vir a este mundo. Comecei a me lembrar de que tinha estado aqui como um espírito voluntário, acho que seria assim que vocês diriam atualmente. E comecei a decodificar minha missão. Com a decodificação, veio uma capacitação que eu jamais conhecera antes.Às vezes eu permanecia no deserto e observava o céu e as estrelas, sentindo como se tudo aquilo que existia tivesse explodindo do meu coração em êxtase e amor. Parecia um louco, apaixonado pelo propósito, com um entusiasmo impetuoso. O entusiasmo era tão contagiante que passou a ligar-me a algumas pessoas que começaram a enxergar a visão e também a decodificar a missão. Juntos, encontramos e fundamos um bando de renegados, creio eu.Muitas vezes precisávamos nos esconder nas cavernas, nas montanhas e na vastidão do deserto para escapar às pedras que os outros costumavam atirar em nós. De vez em quando era difícil conseguir alimentos, pois não éramos bem-vindos na maioria dos lugares. Tornamo-nos conhecidos como desordeiros e agitadores e como uma ameaça aos ensinamentos e comandos consagrados. Sentia-me como vocês devem se sentir às vezes - desencorajado. Devo confessar que não foram poucas as vezes em que chorei.Perguntei ao Pai: “Por que eu? Por que eu? Não tenho a força. Não tenho a sabedoria. Não tenho o poder suficiente para enfrentar a ignorância desenfreada destes tempos”. Creio que as pessoas mais atraídas por mim também eram parias, renegadas, aquelas que não possuíam boa reputação. Eu também adquiri uma péssima reputação, pois gastava meu tempo com essas pessoas. Descobri que, apesar de seu comportamento exterior, elas possuíam corações generosos e abertos à mensagem de Deus e ao amor Dele.Comecei a decodificar mais a fundo e ao fazer isso, todo o vestígio de dúvida começou a desaparecer. Passei a ter o conhecimento, vindo de uma profundeza que eu não conseguia explicar, de que aquilo que eu fazia e ensinava era a verdade. À medida que esse conhecimento começou a verter por cada poro de meu ser, passou a chegar cada vez mais gente para me escutar. Em determinado momento, tinha tantos seguidores que era realmente uma ameaça aos poderosos daquela época. Tornei-me consciente, pois minhas habilidades de telepatia, assim como meus outros dons, começaram a aumentar. Descobri que algumas pessoas pareciam se curar na minha presença. Às vezes, eu era chamado às pressas para colocar minhas mãos sobre certos indivíduos. Várias coisas maravilhosas aconteceram pelo poder do Pai dentro de mim. Muitas vezes eu dizia a essas pessoas: “Por favor, não comentem nada a esse respeito. Apenas voltem para casa e desfrutem de sua boa saúde”. Mas, obviamente, como é típico das pessoas, elas comentavam. Os rumores, o escândalo e os mexericos cresceram a tal ponto que desejei, com todo o coração, fugir para as montanhas e esquecer tudo aquilo.Inúmeras vezes eu parei e disse a mim mesmo que realmente possuía uma mensagem que precisava ser divulgada. Lembrei de minhas experiências com os sábios no Himalaia. Comecei a ter visões (vocês poderiam chamá-las de precognições). Previ que eu seria severamente perseguido e que sofreria um destino que já se repetira centenas, talvez milhares de vezes naquela época, e que iria acontecer a mim também: a crucificação. Eu sentia medo, como vocês sentiriam. Perguntei-me se a minha mensagem era tão importante a ponto de eu dar minha vida por ela. Orei, chorei e pedi orientação.A orientação era sempre a mesma: “Você veio para se incumbir de uma grande lição que será escrita em eras que ainda estão por vir. Sua vida simples e todas as coisas que você está partilhando agora serão como uma Luz para toda a espécie humana”.Tive uma série de experiências naquele momento, quando estava descansando e imaginava ou sentia presenças recobertas por mantos ao redor do meu leito. Com freqüência, as visões se desvaneciam rapidamente quando eu despertava, e não conseguia retê-las por completo em minha mente. Mas comecei a sentir como se o Pai houvesse enviado acompanhantes para caminhar comigo. Eu também tinha visões estranhas, nas quais parecia estar lá fora, entre as estrelas. Não conseguia explicar isso. Sentia como se estivesse navegando na imensidão do céu. Cada vez que eu tinha essas experiências, sentia-me mais encorajado e seguro quanto ao meu chamado.Quando, finalmente, tive uma precognição e vi que muito em breve eu seria mesmo levado, ergueu-se dentro de mim um espírito de coragem, de força, de paciência, que só consigo imaginar como uma dádiva do Pai. Quando vocês passam por momentos de grande coação, de grande tragédia, não notam também que um espírito igualmente grandioso se eleva dentro de vocês? Comigo também foi assim. Embora eu soubesse que essas pessoas que estavam contra mim não poderiam ser dissuadidas, não importando o que eu dissesse ou fizesse, também sabia que devia concordar. Eu até sabia que alguns de meus seguidores não me seriam fiéis, se dispersariam e logo esqueceriam o que eu lhes havia ensinado. Vi também, em seus futuros, vidas que seriam gastas em sangue derramado na terra. Era como se os véus se tivessem erguido e eu visse o futuro nitidamente. Eu não queria vê-lo. Desejava com toda minha alma que fosse possível mudar o curso do futuro.Eu Era Verdadeiramente A LuzTalvez fosse minha imaginação febril. Às vezes, eu não me sentia bem. Sofria de indisposição no estômago e no trato intestinal. Ocasionalmente, isso era acompanhado de febre,. Eu pensava: “Talvez seja meu cérebro febril que cria estes pensamentos.” Mas o amor em meu coração e o sentimento de proximidade a Deus, o Pai, era tudo que eu possuía como ponto de referência mais forte.Quando fui detido e encarcerado, voltei a pensar com cuidado. Como um moribundo, em certo sentido, minha vida inteira passou diante de minha mente. Mas junto com isso vieram, de novo, as visões daqueles que pareciam vir a mim durante a noite e, novamente, as visões de minha estada nas estrelas. Convenci-me de que eu era daquelas estrelas, de que eu possuía um mundo, muito distante, do qual eu viera para esta Terra. Essa visão começou a tomar conta de mim com fervor e assim, comecei a perceber que não importava o que eles fizessem ao meu corpo, eu não era aquele corpo. Eu era verdadeiramente a Luz que eu tinha visto fluindo da minha essência para todas as coisas. Depois, fui levado a julgamento e, mais uma vez, aquele poderoso espírito ergueu-se dentro de mim. Só que desta vez ele era tão inexorável, tão ardente, tão apaixonado pelo propósito, que não importava o que me dissessem, era como se vê através do celofane. Conseguia ver claramente e distinguir seus corações. E o que me encorajou muito foi que também consegui ver o futuro deles, ver o momento em que esses corações finalmente se abriam e se libertavam do cativeiro da negatividade. E assim, mantive-me firme, pode-se dizer, em meditação e oração, fortificando meu espírito, pois sabia que meu tempo na Terra estava chegando ao fim. Percebi, de fato, que iriam me crucificar da maneira mais cruel que pudessem, pois eu dissera várias coisas enquanto estivera em estado de êxtase divino; o espírito fala através da pessoa, não se pode refrear os lábios.Tudo Parecia Um SonhoFinalmente, como vocês tem conhecimento em suas histórias, fui de fato levado e posto na cruz. A coisa boa que tenho a lhes dizer é a seguinte: quando aquele dia fatal chegou, eu havia me colocado num tal ponto de consciência, que para mim tudo parecia ser um sonho. Vi as multidões a meu redor. Ouvi o choro de meus companheiros e daqueles com os quais crescera e que havia amado. Vi a confusão e o medo em meus seguidores. Fiz tudo o que pude naqueles últimos momentos para elevar minha energia o mais alto possível para perto de Deus.Quando me pregaram na cruz, ouvi, como num sonho, o eco das marteladas e nada senti. Não experienciei a mínima dor. Era como se eu estivesse fora de meu do meu corpo e observasse aquele corpo pregado lá, com os cravos enterrados em seus tornozelos e pulsos. Não conseguia me relacionar com ele como se aquele corpo fosse o meu. Parecia uma caricatura minha. Quando levantaram a cruz e a fixaram no pedestal, novamente eu parecia estar acima daquele corpo, sangrando e abatido, sem sentir nenhuma dor. Estava num estado de tamanha lucidez que conseguia ver claramente aquilo que o Pai me enviara para fazer. Eu sabia, embora às vezes fosse tentado a entrar numa consciência inferior e a julgar aquilo que acontecia ao meu redor, pois as pessoas me pareciam tão ilógicas, tão cruéis, tão ignorantes. Mas toda vez que sentia isso, era arrastado para mais perto do meu corpo. Percebi que se permanecesse naquele estado de consciência, logo voltaria para aquele corpo e estaria experienciando a dor. Então, com muita concentração, mantive meus pranas, meus sopros vitais, na porção mais elevada de minha consciência.Vivi a Minha VisãoAquele momento parecia se situar fora do tempo. Não experienciei uma passagem de tempo. Por fim, senti um espasmo abrupto em minha forma física. E dentro de meu corpo sutil, como se eu houvesse estado num balão amarrado a ele e alguém soltado a corda, de repente me senti muito livre e percebi que o corpo morrera. De certo modo, senti-me aliviado, como vocês estariam, pois sabia que não estava mais preso àquela forma e estava realmente livre. Fiquei observando quando o corpo foi baixado da cruz e veio alguém, que eu amava muitíssimo e que vocês conhecem como José de Arimatéia, junto com minha amada mãe e outros, e levaram embora meu corpo, chorando. Senti-me muito pesaroso com a tristeza deles. Queria dizer a eles: “Não chorem por mim.Estou vivo. Estou bem. Não chorem. Fiz aquilo que fui chamado para fazer. Eu vivi a minha visão. O que mais se poderia pedir de mim?”Fiquei olhando quando levaram o corpo e o colocaram na tumba, rolando uma grande pedra para fechar a entrada. Muitos profetas haviam falado de alguém que viria e romperia os grilhões da morte. Realmente, jamais pensei que fosse eu. Preciso lhes dizer a verdade. Nunca me ocorreu que os antigos profetas estivessem falando de minha vida. Quem sou eu? Um simples rapaz judeu. Nada tenho de especial....uma visão....um sonho....algumas experiências do Pai. Mas percebi que estava rodeado por aqueles mesmos seres maravilhosos que haviam me visitado à noite, só que desta vez estavam me chamando por outro nome. Estavam dizendo que eu precisava me incumbir de mais uma tarefa. Fiquei imaginando de que modo faria isso. E eles disseram: “Não tenha medo, estamos com você. Estaremos com você e o ajudaremos nessa grande incumbência. É que você....você foi escolhido para representar este grande mistério do futuro que está por vir”.Fui instruído e ajudado por esses grandes irmãos a entrar em meu corpo, e foi como entrar em algo muito frio e pegajoso, algo muito instável e ferido. Instruíram-me detalhadamente sobre como gerar o fogo sagrado da transfiguração e da ressurreição. Em minha mente, uma lembrança distante voltou e de repente, eu me lembrei de vidas passadas nas quais eu estivera numa grande escola de iniciação. Eu estivera num grande edifício que vocês conhecem hoje como a Pirâmide de Gizé. Naquela época, eu também estivera numa tumba semelhante. Como iniciado, eu conseguira realizar a viagem da alma a partir de minha forma inerte até me sentar nos Conselhos de Melchizedek, na Estrela Solar Sírius. Aquele pensamento começou a tomar conta de minha mente e, à medida que realizava a decodificação de maneira mais completa, me lembrei de como fazer isso. Quando fui colocado de volta no corpo, meu espírito brilhou com propósito, com empenho apaixonado. Respirei, como eles haviam me instruído, concentrei-me em meus sopros vitais e fiz a poderosa essência de vida percorrer aquela forma. A forma começou a ter espasmos e a tremer. Começou a exalar um estranho odor que encheu a tumba. Experienciei uma chama ardendo por todo o meu ser e continuei meditando e respirando e difundindo, dispondo-me a voltar à vida.Eu Sou A Vida EternaBem, alguns de vocês têm uma noção geral do que aconteceu. Queria lhes contar minha experiência. Quando fiz aquilo, subitamente o corpo, por si mesmo, começou a se elevar da tumba. Tive uma experiência dupla, a de estar fora do corpo, olhando para o que acontecia, e a de estar dentro do corpo, simplesmente queimando com energia e Luz e Poder. Descobrindo-me de certa forma espantado, de repente o corpo caiu na laje fria sobre a qual eu tinha sido colocado e a Fraternidade materializou-se na tumba comigo e disse: “Não tenha medo. Você pode fazer isso. Nós o ajudaremos. Uma vez mais, concentre-se em sua respiração. Respire. E seja a Vida Eterna”.E eu repetia para mim mesmo: “Eu sou a Vida Eterna”. Quando respirei desta vez, meu corpo se metamorfoseou em Luz radiante de um modo pleno, total e completo. A próxima coisa de que me lembro é de que fui de repente elevado pelos ares. Eu estava flutuando. Estava dentro de uma Luz selada. Depois, estava em pé num aposento circular com esses mesmos irmãos. Disseram-me que minha visão estava quase completada. Eu fizera algo maravilhoso. À medida que falavam, minhas recordações foram voltando cada vez mais. Eu me lembrei deles e me lembrei de que eles me haviam trazido e me colocado dentro do meu corpo quando eu era criancinha. Reconheci meu pai - ele fora um desses Grandes Anciães - e minha mãe. E de repente senti-me como o ator de uma peça, que fica tão mergulhado na representação correta de seu papel que se esquece e perde de vista o fato de que, na verdade, tudo aquilo era um teatro. Fui elogiado e cumprimentado. Meu corpo foi regenerado e restaurado na companhia de meus Irmãos. Vi e entendi por que eu tivera aquelas visões de navegar pelas estrelas, pois, de novo, estava navegando por entre as estrelas numa nave de Luz maravilhosa. Disseram-me para voltar à Terra, a fim de testemunhar e testificar a imortalidade de toda a humanidade. Eu estava estabelecendo um protótipo que seria consumado dali a milhares de anos. Aparentemente caí numa espécie de sono e, quando acordei, estava na Terra, sob uma grande tamargueira. Levantei-me e me perguntei se sonhara tudo aquilo. Meu corpo parecia bem, mas tinha algumas marcas. Quando observei as marcas, percebi que, de alguma maneira, fisicamente, eu de fato tivera aquela experiência. Levantei-me e olhei ao redor. Vi que estava na área onde estavam vivendo muitos dos que haviam me seguido, mas eu era como um fantasma. Ninguém parecia ver-me. Eu estava em outra dimensão. Falava em voz alta, mas ninguém me dava ouvidos. Os Irmãos falavam dentro de minha mente telepaticamente e sugeriram novamente aquele mesmo respirar e a concentração de minha energia, dizendo que eu a levasse para as pernas e para os pés. Meu corpo estava um pouco dormente e eu continuava com a sensação de uma existência irreal. Dentro de alguns dias estabilizei-me e fui me encontrar com vários dos que haviam me seguido. Eles mal conseguiam acreditar que eu era aquele que fora crucificado. Duvidaram de mim. Entrei, ceamos e bebemos suco de uvas. Comi carne de peixe. Permiti que eles tocassem meu corpo e vissem as chagas nos meus pés, no lado, nas mãos. Ainda havia cicatrizes e marcas em minha testa, deixadas pela coroa de espinhos. Chegou o amado José de Arimatéia, que era como um pai. Vocês sabem que meu próprio pai retornara à Fraternidade antes que eu atingisse a maioridade. Então José disse: Venha, meu filho. É tempo de você retornar à Fraternidade de Luz, pois tem muito trabalho a fazer”.Em seguida fomos para uma imensa floresta e lá nos sentamos em meditação, e comunguei novamente com o Pai. Disseram-me que eu devia ir de novo para as montanhas do Himalaia; lá a Fraternidade esperaria por mim. Eu tinha muito a fazer em muitos territórios estrangeiros. Vejam, minha mente estava de tal maneira que, novamente, como muitos de vocês, as dúvidas continuavam a surgir. Percebi que é por isso que a humanidade tem tantos problemas. A mente é de tal maneira, que sempre duvida do miraculoso. Mas ao sentar-me com aquele ser bondoso e querido, que eu amava com toda a alma, comecei a me concentrar uma vez mais em meu propósito. De novo comecei a integrar as energias que inundavam meu ser.Apareci para muitas pessoas naqueles tempos e algumas conseguiam me ver por causa de sua clarividência, algumas conseguiam me sentir, algumas não me viam de jeito nenhum. Subi uma colina e dois dos Irmãos vieram e cada um deles ficou de um lado. Àquela altura havia um pequeno ajuntamento, outra vez, daqueles que realmente sentiam minha energia e de fato experienciavam a maravilha que recaíra sobre mim. Tive novamente uma sensação de elevação, uma sensação de que a Luz me engolfava. Senti como se cada poro de meu ser estivesse inundado de Luz. Fiquei um pouco zonzo e desorientado e percebi uma voz muito profunda dentro de mim falar: “Eu Sou A Ressurreição. Eu Sou O Caminho. Eu Sou A Vida Eterna. E Embora O Homem Morra ou Pareça Morrer, Ainda Assim Ele Vive Em Mim”.Perguntei-me de onde vinha aquela voz e sabia que era do Senhor Deus dentro de mim.Outra vez, senti que eu subia, subia, subia, junto com os meus amados Irmãos e companheiros. E olhei para o alto e vi uma nuvem maravilhosa que novamente recebia a minha essência. Assim que parei naquela nuvem maravilhosa, achei-me de novo no aposento circular com meus Irmãos. Mais rápido do que pensamos, voamos para dentro da Fraternidade dos Mestres, para o que vocês chamam de Shambala. Lá, uma vez mais, dentro da secreta imensidão de seus rostos mais sagrados, encontrei um lar e um povo.Vivia entre os imortais, descobrindo que eu também era imortal. E o sono de eras, os últimos vestígios dos véus necessários foram erguidos de meus olhos e conheci a mim mesmo, como eu sempre fora conhecido. Na companhia de meus Irmãos, de meus companheiros, aprendi a enviar meu espírito pelo mundo. Materializando-se em forma à vontade. Aprendi (para ser mais exato, talvez devesse dizer “reativei”) minhas capacidades de transcender o tempo, o espaço, a matéria, a dimensão. E atingi a plena consciência, o pleno conhecimento e a plena recordação.Saí de lá e apareci a todos os remanescentes das Doze Tribos de Israel que, àquela altura, tinham se espalhado por todos os continentes e haviam se corporificado em diversas raças e diversos povos. Cheguei-me a eles e com eles vivi. Passei-lhes os ensinamentos do reino de onde eu viera. Após haver partilhado minha essência durante muitos , muitos anos, finalmente percebi que era hora de me desfazer da vestimenta que eu usara sobre a Terra. Então eu a tirei e a deixei, pois ela havia cumprido o seu propósito. Quando dei partida ao veículo, eu estava à beira de um lago encantador. Acredito que, hoje, vocês chamam aquela terra de Kashmir.Uma vez mais, senti a presença dos Irmãos ao meu redor, uma vez mais fui erguido em Luz para uma espaçonave maravilhosa. Soube, então, quando completei a missão daquela vida, que eu era comandante estelar daquela nave e que eu havia, pela força divina, conseguido a plena retirada do véu para encenar, como o ator de uma peça, o triunfo sobre a ilusão. Eu tinha de fazer isso a partir de dentro da ilusão, exatamente como vocês. Aquele estranho nome pelo qual me chamavam, que me soava tão estranhamente familiar, Sananda, é o nome pelo qual sou conhecido, e descobri que eu era filho de um grande Rei e de uma grande Rainha, e que eu viera de uma poderosa linhagem de Kumaras. De fato, eu era Sananda Kumara. E mais, eu era uma multiplicidade de seres, um dos quais era chamado de Sanat Kumara, Snaka Kumara e Sananda Kumara.E assim, descobri dentro de mim que eu era mais do que jamais sonhara. Veio a mim, outra vez com grande assombro, o redescobrimento, a lembrança e o reinado de meu pleno conhecimento e de minha plena qualidade de ser.Compromisso Com A Libertação De Todas As AlmasOlhei para trás, na direção da Terra, e soube com toda minha alma que estava comprometido com a Ascensão e Liberdade de todas as almas daquele planeta. Fiz o firme voto de que voltaria sempre; na verdade eu nunca iria embora, pois parte de minha essência permanecia em Shambala, mesmo que eu vivesse nas espaçonaves. Com minha visão clarividente, previ a época em que todo um povo se elevaria em vida Eterna e na Luz mais gloriosa que vocês consigam imaginar, exatamente como eu me elevei, e proclamei a Glória de Deus e da Vida Eterna.Contei-lhes esta história porque queria chamar atenção para o fato de que, exatamente como vocês, eu estava toldado por véus, tinha uma vaga lembrança das minhas saídas do corpo. Eu decodifiquei. Despertei e escolhi cada passo do caminho.Escolhi a graça, a confiança e o perdão, a gratidão e a exaltação de Deus Todo-Poderoso; e , além disso, escolhi o Amor.Aquilo que eu fiz, continuamos a fazer agora, nesta era. Isto é maior do que o que eu fiz, porque vocês o estão fazendo em grupo. Vocês o estão fazendo por intermédio da Cooperação, numa camaradagem que eu não conheci na minha época. Por isso, Eu Os Saúdo e os Aplaudo e os Amo com toda a minha Alma.
Sanandaatravés de Ashtar-Athena

HUMILDADE X ORGULHO

Você já deve ter ouvido muitas vezes a palavra humildade, não é mesmo?
Essa palavra é muito usada, mas nem todas as pessoas conseguem entender o seu verdadeiro significado.
O termo humildade vem de húmus, palavra de origem latina que quer dizer terra fértil, rica em nutrientes e preparada para receber a semente.
Assim, uma pessoa humilde está sempre disposta a aprender e deixar brotar no solo fértil da sua alma, a boa semente.
A verdadeira humildade é firme, segura, sóbria, e jamais compartilha com a hipocrisia ou com a pieguice.
A humildade é a mais nobre de todas as virtudes pois somente ela predispõe o seu portador, à sabedoria real.
O contrário de humildade é orgulho, porque o orgulhoso nega tudo o que a humildade defende.
O orgulhoso é soberbo, julga-se superior e esconde-se por trás da falsa humildade ou da tola vaidade.
Alguns exemplos talvez tornem mais claras as nossas reflexões.
Quando, por exemplo, uma pessoa humilde comete um erro, diz: "eu me equivoquei", pois sua intenção é de aprender, de crescer. Mas quando uma pessoa orgulhosa comete um erro, diz: "não foi minha culpa", porque se acha acima de qualquer suspeita.
A pessoa humilde trabalha mais que a orgulhosa e por essa razão tem mais tempo.
Uma pessoa orgulhosa está sempre "muito ocupada" para fazer o que é necessário. A pessoa humilde enfrenta qualquer dificuldade e sempre vence os problemas.
A pessoa orgulhosa dá desculpas, mas não dá conta das suas obrigações e pendências. Uma pessoa humilde se compromete e realiza.
Uma pessoa orgulhosa se acha perfeita. A pessoa humilde diz: "eu sou bom, porém não tão bom como eu gostaria de ser".
A pessoa humilde respeita aqueles que lhe são superiores e trata de aprender algo com todos. A orgulhosa resiste àqueles que lhe são superiores e trata de pôr-lhes defeitos.
O humilde sempre faz algo mais, além da sua obrigação. O orgulhoso não colabora, e sempre diz: "eu faço o meu trabalho".
Uma pessoa humilde diz: "deve haver uma maneira melhor para fazer isto, e eu vou descobrir". A pessoa orgulhosa afirma: "sempre fiz assim e não vou mudar meu estilo".
A pessoa humilde compartilha suas experiências com colegas e amigos, o orgulhoso as guarda para si mesmo, porque teme a concorrência.
A pessoa orgulhosa não aceita críticas, a humilde está sempre disposta a ouvir todas as opiniões e a reter as melhores.
Quem é humilde cresce sempre, quem é orgulhoso fica estagnado, iludido na falsa posição de superioridade.
O orgulhoso se diz céptico, por achar que não pode haver nada no universo que ele desconheça, o humilde reverencia ao criador, todos os dias, porque sabe que há muitas verdades que ainda desconhece.
Uma pessoa humilde defende as idéias que julga nobres, sem se importar de quem elas venham. A pessoa orgulhosa defende sempre suas idéias, não porque acredite nelas, mas porque são suas.
Enfim, como se pode perceber, o orgulho é grilhão que impede a evolução das criaturas, a humildade é chave que abre as portas da perfeição.
......................
Você sabe por quê o mar é tão grande? Tão imenso? Tão poderoso?
É porque foi humilde o bastante para colocar-se alguns centímetros abaixo de todos os rios.
Sabendo receber, tornou-se grande. Se quisesse ser o primeiro, se quisesse ficar acima de todos os rios, não seria mar, seria uma ilha. E certamente estaria isolado.
Fonte: www.momento.com.br

quarta-feira, 17 de junho de 2009

O Evangelho Huna



Os Sete Princípios Huna conforme ensinado por Jesus de Nazaré, compilado por Serge Kahili King.

Huna é a sabedoria antiga da Polinésia, informada por alguns como sendo formulada pelos sábios de MU, que foram observadores cuidadosos dos preceitos de Deus, do Homem e da Natureza. A mesma sabedoria foi encontrada em diferentes tempos e lugares, inclusive nos Evangelhos de Jesus de Nazaré.

Abaixo, uma lista dos sete princípios Huna, cada um seguido de uma frase de Jesus que ensina a mesma coisa.

A tradução foi baseada na versão bíblica do Rei James, exceto por alguns versículos que vieram da Versão Ampliada (VA)(1). Esse estudo não tem a pretensão de estar concluído.

IKE – O mundo é o que você pensa que é

“Desde então, começou Jesus a pregar e a dizer: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus. (Mat. 4:17)

“Então disse Jesus ao centurião: Vai, e como crês te seja feito. E naquela mesma hora o seu criado sarou. (Mat.8:13)

“E Jesus, voltando-se, e vendo-a, disse: Tem ânimo, filha, a tua fé te salvou. E, imediatamente, a mulher ficou sã. (Mat.9:22)

“Tocou, então, os olhos deles, dizendo: Seja-vos feito segundo vossa fé. (Mat.9:29)

“E tudo o que pedirdes em oração, crendo, o recebereis. (Mat.21:22)

“E ele lhes disse: Filha, a tua fé te salvou; vai em paz, e sê curada deste teu ‘mal’. (Marc5:34)

“Porque em verdade vos digo que qualquer um que disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar; e não duvidar em seu coração, mas crer que se fará aquilo que diz, tudo o que disser lhe será feit.” (Marc11:23)

“Por isso vos digo que tudo o que pedirdes, orando, crede que o recebereis, e tê-lo-eis. (Marc 11:24)

“E disse à mulher: A tua fé te salvou; vai-te em paz. (Luc 7:50)

“E ele lhe disse: Tem bom ânimo, filha, a tua fé te salvou; vai em paz. (Luc 8:48)

KALA - Não existem limites

“Não vos assemelheis, pois, a eles; porque Deus, o vosso Pai, sabe o de que tendes necessidade, antes que lho peçais. (Mat. 6:8)

“Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará. (Mat. 6:14)

“Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. (Mat. 7:7)

“E ele lhes respondeu: Por causa da pequenez da vossa fé. Pois em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele passará. Nada vos será impossível. (Mat. 17:20)

“Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra terá sido ligado nos céus, e tudo o que desligardes na terra terá sido desligado nos céus. (Mat. 18:18)

“Ao que lhe respondeu Jesus: Se podes! Tudo é possível ao que crê. (Marc9:23)

“Ora, ele não é Deus de mortos, e sim de vivos. Laborais em grande erro. (Marc12:27)

MAKIA - A energia flui para aonde sua atenção vai

“porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração. (Mat. 6:21)

“Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles; porque esta é a Lei e os Profetas. (Mat. 7:12)

“Pois ao que tem se lhe dará, e terá em abundância; mas, ao que não tem, até o que tem lhe será tirado. (Mat. 13:12)

“Não julgueis, para que não sejais julgados. (Mat. 7:1)

“Então, lhes disse: Atentai no que ouvis. Com a medida com que tiverdes medido vos medirão também, e ainda se vos acrescentará. (Marc 4:24)

“Pois ao que tem se lhe dará; e, ao que não tem, até o que tem lhe será tirado. (Marc 4:25)

“porque, onde está o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração. (Luc 12:34)

MANAWA - Agora é o momento de poder

“Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal. (Mat. 6:34)

“e, à medida que seguirdes, pregai que está próximo o reino dos céus. (Mat. 10:7)

“Então, lhe disse Jesus: Ó mulher, grande é a tua fé! Faça-se contigo como queres. E, desde aquele momento, sua filha ficou sã. (Mat. 15:28)

“Com isto, reconheceu o pai ser aquela precisamente a hora em que Jesus lhe dissera: Teu filho vive; e creu ele e toda a sua casa. (Jo 4:53)

ALOHA - Amar é estar feliz com
“Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus.

Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados.

Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra.

Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos.

Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.

Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus.

Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus.

Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus.

Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós.

Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós. (Mat. 5:3-12)

“Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem. (Mat. 5:44)

“Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. (Jo 13:34)

MANA - Todo o poder vem do interior

“não é o que entra pela boca o que contamina o homem, mas o que sai da boca, isto, sim, contamina o homem. (Mat. 15:11)

“Nada há fora do homem que, entrando nele, o possa contaminar; mas o que sai do homem é o que o contamina.

Porque de dentro, do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios. (Marc 7:15, 21)

“Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Porque o reino de Deus está dentro de vós. (Luc 17:21)

PONO - A eficácia é a medida da verdade

“Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento. (Mat. 3:8)

“Vós sois o sal da terra; ora, se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor? Para nada mais presta senão para, lançado fora, ser pisado pelos homens. (Mat. 5:13)

“Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte; nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa. (Mat. 5:14-15)

“Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores.

Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? (Mat. 7:15,16)

“O homem bom tira do tesouro bom coisas boas; mas o homem mau do mau tesouro tira coisas más.. (Mat. 12:35)

“E ele, despertando, repreendeu o vento e disse ao mar: Acalma-te, emudece! O vento se aquietou, e fez-se grande bonança. (Marc. 4:39)

(1) – Nesta tradução, a versão utilizada, para a transcrição dos versículos presentes, foi a de João Ferreira de Almeida, Revista e Atualizada. (NT)

(2) – Nesta tradução, os nomes em havaiano para os subtítulos foram acrescentados pela tradutora, não fazem parte do original (NT)

Fonte: The Gospel of Huna, Serge Kahili King (http://www.huna.org/html/hgospel.html)

Tradução: Luciene Lima , São Paulo, SP, Brasil, Maio/2006

terça-feira, 2 de junho de 2009

COSMOGONIA



No início era o Verbo e pelo Verbo foram criadas todas as de coisas. Da Noite Eterna brotou a Luz e daí contou-se o tempo pela passagem dos dias e das noites. A Terra, juntando-se, deu a estrutura das coisas, o chão para que as coisas pudessem se assentar. Dela brotou os Metais, dos mais aos menos nobres. Infiltrados no interior da Terra lançaram-se como facas cortantes para o exterior. Derretidos pelo calor do sol, banharam toda a superfície da Terra em mares e rios para acalmar o seu calor. Da água brotou a Vida, e os dez mil seres andaram sobre a Terra. As plantas, os peixes, os pássaros, os insetos, os lagartos. Dentre eles, estava o Homem um ser que tinha consciência de sua própria existência. Essa consciência, em sabedoria, fazia-lhe viver em equilíbrio com os outros dez mil seres, posto que se lhe havia dado a Inteligência. Uma espécie de fogo que lhe ardia as entranhas. Um coração apaixonado pelas criações do Verbo.

Seu intelecto permitia um olhar diferenciado sobre as coisas. Um eterno olhar de estréia em tudo que lhe era apresentado. Uma admiração, um encantamento com o mundo ao redor em mínimos detalhes, desde o mais suave toque de uma pétala de rosa até a apreciação do espetáculo de cores de um pôr do sol, do poderoso zunir de um trovão até o toque frio dos pingos de uma chuva fina. A ingenuidade de sua potência o fazia caminhar pelas mais ensolaradas veredas e subir aos mais gelados cumes do mundo sem ao menos diminuir sua crença de que ele fazia parte de tudo aquilo que o rodeada, e que tudo de pequeno ou grande tinha a sua importância.

O Homem descobrindo que podia criar expandiu-se para todo lado. Pois a Inteligência, a mesma Inteligência que o habitara no início, falou-lhe nos ouvidos: “— É hora de dominar! É hora de sair e subjugar! Já é hora de crescer, crescer e multiplicar! Seu tempo é agora, pois a morte se aproxima”. Assim o homem cresceu em altura e força e criou a sua imagem e semelhança um ser, um ser que de si mesmo nasceu, dominador, sabedor de seu destino, o destino que aguarda a todos, a Morte.

Acabou-se o tempo de infância. Onde se estabeleceu, explorou. O que era do mundo agora era dele. Ele era o dono das coisas, dos dez mil seres, e deles fazia o que quisesse. Antes admirava a planta agora a derrubava e a abria para entendê-la melhor, não mais se fascinava com o vôo dos pássaros e sim criava máquinas para imitá-los, não mais se admirava com um luar despretensioso, mas queria poder alcançá-la e fazer dela seu território. E assim foi feito.

O mundo virou uma máquina, uma engrenagem de relógio. Tudo nele podia ser medido, determinado e previsto. Foi quando o Homem em sua Inteligência acreditou que era Deus, e “a sua imagem e semelhança” ergueu o mundo da técnica, dos prédios de concreto, dos carros e suas fumaças, das fábricas e suas chaminés, do consumo desmedido, da criminalidade e das guerras... Guerras raciais, religiosas... Guerras pelas riquezas alguns povos e pela pobreza de outros.

Tal desequilíbrio refletiu-se no Planeta e seus dez mil seres agora sofrem suas conseqüências. Os rios estão morrendo em meio à poluição e o desmatamento, os mares estão avançando impiedosamente sobre a terra, espécies de animais e vegetais desaparecem em vertiginosa velocidade e tudo está indo para onde começou.... Para o Nada. Através dessa consciência o Homem pode remediar seu passado pródigo. Sua estrada em direção ao crescimento dá-lhe uma História. Aprender com essa História é preciso para que quando o Homem, ao chegar em sua maturidade consciente, possa reconhecer seus erros e admitir sua responsabilidade diante da mudança.

Mudança, mutação. Em sua Inteligência, o Homem, pode criar a sua imagem e semelhança um Outro. Um Outro que escolha um outro caminho, um caminho em que possa dar as mãos ao Planeta e aos dez mil seres que nele habitam, em todas as suas formas, cores e jeitos.

CARTA DO CHEFE SEATLE


"O que ocorrer com a terra, recairá sobre os filhos da terra. Há uma ligação em tudo".
No ano de 1854, o presidente dos Estados Unidos fez a uma tribo indígena a proposta de comprar grande parte de suas terras, oferecendo, em contrapartida, a concessão de uma outra "reserva". O texto da resposta do Chefe Seatle distribuído pela ONU (Programa para o Meio Ambiente) e aqui publicado na íntegra, tem sido considerado, através dos tempos, como um dos mais belos e profundos pronunciamento já feitos a respeito da defesa do meio ambiente.
Como é que se pode comprar ou vender o céu, o calor da terra? Essa idéia parece estranha.
Se não possuímos o frescor do ar e o brilho da água, como é possível comprá-los?
Cada pedaço desta terra é sagrado para meu povo. Cada ramo brilhante de um pinheiro, cada punhado de areia das praias, a penumbra na floresta densa, clareira e inseto a zumbir são sagrados na memória e experiência de meu povo. A seiva que percorre o corpo das árvores carrega consigo as lembranças do homem vermelho.
Os mortos do homem branco esquecem sua terra de origem quando vão caminhar entre as estrelas. Nossos mortos jamais esquecem esta bela terra, pois ela é a mãe do homem vermelho. Somos parte da terra e ela faz parte de nós. As flores perfumadas são nossas irmãs: o cervo, o cavalo, a grande águia, são nossos irmãos. Os picos rochosos, os sulcos úmidos nas campinas, o calor do corpo do potro, e o homem – todos pertencem à mesma família.
Portanto, quando o Grande Chefe em Washington manda dizer que deseja comprar nossa terra, pede muito de nós. O Grande Chefe diz que nos reservará um lugar onde possamos viver satisfeitos. Ele será nosso pai e nós seremos seus filhos. Portanto, nós vamos considerar sua oferta de comprar nossa terra. Mas isso não será fácil. Esta terra é sagrada para nós.
Essa água brilhante que escorre nos riachos e rios não é apenas água, mas o sangue de nossos antepassados. Se lhes vendermos a terra, vocês devem lembrar-se de que ela é sagrada, e devem ensinar às suas crianças que ela é sagrada e que cada reflexo nas águas límpidas dos lagos fala de acontecimentos e lembranças da vida do meu povo. O murmúrio das águas é a voz de meus ancestrais.
Os rios são nossos irmãos, saciam nossa sede. Os rios carregam nossas canoas e alimenta nossas crianças. Se lhes vendermos nossa terra, vocês devem lembrar e ensinar a seus filhos que os rios são nossos irmãos, e seus também. E, portanto, vocês devem dar aos rios a bondade que dedicariam a qualquer irmão.
Sabemos que o homem branco não compreende nossos costumes. Uma porção de terra, para ele tem o mesmo significado que qualquer outra, pois é um forasteiro que vem à noite e extrai da terra aquilo de que necessita. A terra não é sua irmã, mas sua inimiga, e quando ele a conquista, prossegue seu caminho. Deixa para trás os túmulos de seus antepassados e não se incomoda. Rapta da terra aquilo que seria de seus filhos e não se importa. A sepultura de seu pai e os direitos de seus filhos são esquecidos. Trata sua mãe, a terra, e seu irmão, o céu, como coisas que possam ser compradas saqueadas, vendidas como carneiros ou enfeites coloridos. Seu apetite devorará a terra, deixando somente um deserto.
Eu não sei, nossos costumes são diferentes dos seus. A visão de suas cidades fere os olhos do homem vermelho. Talvez seja porque o homem vermelho é um selvagem e não compreenda.
Não há um lugar quieto nas cidades do homem branco. Nenhum lugar onde se possa ouvir o desabrochar de folhas na primavera ou o bater das asas de um inseto. Mas talvez seja porque eu sou um selvagem e não compreendo. O ruído parece somente insultar os ouvidos. E o que resta da vida se um homem não pode ouvir o choro solitário de uma ave ou o debate dos sapos ao redor de uma lagoa, à noite?
Eu sou um homem vermelho e não compreendo. O índio prefere o suave murmúrio do vento encrespando a face do lago, e o próprio vento, limpo por uma chuva diurna ou perfumado pelos pinheiros.
O ar é precioso para o homem vermelho, pois todas as coisas compartilham o mesmo sopro – o animal, a árvore, o homem, todos compartilham o mesmo sopro. Parece que o homem branco não sente o ar que respira. Como um homem agonizante há vários dias, é insensível ao mau cheiro. Mas se vendermos nossa terra ao homem branco, ele deve lembrar que o ar é precioso para nós, que o ar compartilha seu espírito com toda a vida que mantém. O vento que deu a nosso avô seu primeiro inspirar também recebe seu último suspiro. Se lhes vendermos nossa terra, vocês devem mantê-la intacta e sagrada, como um lugar onde até mesmo o homem branco possa ir saborear o vento açucarado pelas flores dos prados.
Portanto, vamos meditar sobre sua oferta de comprar nossa terra. Se decidirmos aceitar, imporei uma condição: o homem branco deve tratar os animais desta terra como seus irmãos.
Sou um selvagem e não compreendo qualquer outra forma de agir. Vi um milhar de búfalos apodrecendo na planície, abandonados pelo homem branco que os alvejou de um trem ao passar. Eu sou um selvagem e não compreendo como é que o fumegante cavalo de ferro pode ser mais importante que o búfalo, que sacrificamos somente para permanecer vivos.
O que é o homem sem os animais? Se todos os animais se fossem, o homem morreria de uma grande solidão de espírito. Pois o que ocorre com os animais breve acontece com o homem. Há uma ligação em tudo.
Vocês devem ensinar às suas crianças que o solo a seus pés é a cinza de nossos avós. Para que respeitem a terra, digam a seus filhos que ela foi enriquecida com as vidas de nosso povo. Ensinem às suas crianças o que ensinamos às nossas, que a terra é nossa mãe. Tudo o que acontecer à terra, acontecerá aos filhos da terra. Os homens cospem no solo, estão cuspindo em si mesmos.
Isto sabemos: a terra não pertence ao homem; o homem pertence à terra. Isto sabemos: todas as coisas estão ligadas como o sangue que une uma família. Há uma ligação em tudo.
O que ocorrer com a terra recairá sobre os filhos da terra. O homem não tramou o tecido da vida; ele é simplesmente um de seus fios. Tudo o que fizer ao tecido, fará a si mesmo. Mesmo o homem branco, cujo Deus caminha e fala com ele de amigo para amigo, não pode estar isento do destino comum. É possível que sejamos irmãos, apesar de tudo. Veremos. De uma coisa estamos certos – e o homem branco poderá vir a descobrir um dia; nosso Deus é o mesmo Deus. Vocês podem pensar que O possuem, como desejam possuir nossa terra; mas não é possível. Ele é o Deus do homem, e Sua compaixão é igual para o homem vermelho e para o homem branco. A terra lhe é preciosa, e feri-la é desprezar seu criador. Os brancos também passarão; talvez mais cedo que todas as outras tribos. Contaminem suas camas, e uma noite serão sufocados pelos próprios dejetos.
Mas quando de sua desaparição, vocês brilharão intensamente. Iluminados pela força do Deus que os trouxe a esta terra e por alguma razão especial lhes deu o domínio sobre a terra e sobre o homem vermelho. Esse destino é um mistério para nós, pois não compreendemos que todos os búfalos sejam exterminados, os cavalos bravios sejam todos domados, os recantos secretos da floresta densa impregnados do cheiro de muitos homens e a visão dos morros obstruída por fios que falam. Onde está o arvoredo? Desapareceu. Onde está a águia? Desapareceu. É o final da vida e o início da sobrevivência.
Tradução – Irina O . Bunning